Colas e Recortes
Gostaria de atrair sobre mim todas as cores
E tornar-me arco-íris
Engolir todas as notas musicais
E deixar de falar e só cantar
Se pudesse eu queria ser poesia
E ir morar nas almas apaixonadas
Quero tudo o que não sou
Não sou cor, nem música e muito menos poesia.
23 de dezembro de 2011
Claro que preciso iniciar desejando um perfeito Natal para todos. Sinto-me honrada em ter conquistado tantos amigos.
Com os blogs aumentei em muito a quantidade de amigos e, por sorte, a qualidade continuou a mesma, pois sempre primei na escolha de meus amigos.
Não gostaria de estar em lugar algum, que não fosse esse, escrevendo e conversando com pessoas maravilhosas a quem eu quero desejar santas festas.
Estive meio desconectada, porque meu filho precisou do Note. A falta dele só me afastou do blog, pois escrever eu continuei escrevendo, na maneira convencional, com caneta e papel.
E já enchi paginas, ando mesmo com mania de falar muito, e para não ser mais tagarela ainda, só passei aqui para desejar-lhes BOM NATAL e farei isso.
Que as suas despensas estejam cheias, que a mesa da casa de vocês e de todos os seus familiares, guarde um lugar para o verdadeiro aniversariante do dia.
Que Ele renasça mais uma vez na manjedoura dos nossos corações.
FELIZ NATAL – HO HO HO
Restaura antes e empreendas depois…
Esse diário foi confundido por mim, durante muito tempo, como o meu primeiro livro. Tentei chegar o mais próximo possível à linguagem descritiva e romanceada.
Confesso não ter ficado satisfeita com o resultado final. Não foi atoa que lhe dei muitos finais e até mesmo começos e meios. Inseri poesias e orações e lamentos e canto de vitória, tudo ao mesmo tempo.
Um dia percebi que a minha colcha de retalhos estava com panos que não combinavam cor, tonalidade, desenho e pior, não havia geometria na peça. Quesito determinante a ser analisado em uma colcha de retalho. E deixei tudo repousar enquanto ainda me restauro.
Hoje como resolvi fazer esse ajuntamento dos diários resolvi dar-lhe enfim a função de diário. Conservarei o nome, pois ele é o que mais me agrada. Foi soprado, em um dia, de vento fresco em verão quente, lá na casa da minha mãe em Lorena…
Quando perdemos tempo brigando, geralmente dizemos as coisas menos importantes. Conforme a briga prossegue se torna campeonato de roupa suja. Aquele que ajuntar mais, ainda terá que amargar listar as queixas só.
Dentre tantas coisas gritadas as que verdadeiramente deveriam ser tratadas, são esquecidas ou faladas, na ordem totalmente inversa do grau de importância. Com o tempo passam a fazer parte da lista: “as cem coisas que eu mais detesto em você”! Na verdade elas surgiram naturalmente com o hábito da briga, são elas: fugas no trabalho; cuidado exagerado com a limpeza da casa; vários tipos de compulsões.
Às vezes eu acho que vício em trabalho, em alguma droga, em qualquer compulsão, na verdade é apenas uma maneira encontrada para fugir da chata vida a dois. Já que viver junto, passa a ser um constante risco de confronto.
Alguns preferem a frase: Vamos dar um tempo, outros preferem: - fique um tempo fora, para quem sabe assim, eu sentir saudades de você...
Desfazendo as malas...
Deixei de rememorar antigos acontecimentos, se não estiverem por aqui, passam em branco. A esse estado eu chamo de caminhar um passo de cada vez.
Cuidando de cada segundo da minha vida, como se fossem os últimos.
O que tenho deixado para trás vai sendo escrito em alguma folha secreta em algum secreto lugar. Sendo assim deixam de me pertencer também, caem no buraco fundo chamado passado e por lá ficam enterrados.
Coisas que o tempo provou serem descartáveis; dispendiosas demais para serem mantidas, ou que foram pesadas e consideradas tralhas, empecilhos, sobrecargas, eu as dispensei.
Preocupo-me agora em manter minha alma e o meu espírito em equilíbrio e leveza, na mesma sintonia do universo.
Claro que ainda fico equivocada vez por outra, e me confundo e confundo os outros. Ainda consigo deixar algumas coisas de pernas para o ar.
Mas aprendi enfim, que eu mesmo posso e devo arrumar a bagunça que provoco.
Não deixo mais adormecer a tristeza e o aborrecimento no coração daqueles que amo
Creio ter aprendido o segredo de fazer com que tudo volte ao normal, com mais rapidez e sem mágoas.
Pedacinhos de mim
Quero o som do silencio, só para ouvir a voz dos livros.
Desejo tão pouco, que nem preciso de tanto para conseguir.
Hoje em dia me cansa muito:
- conversas vazias;
- mostrar interesse por coisas que não me atraem.
- ser impedida de usufruir do essencial.
Minha alma só quer paz; para minha sorte, descobri o caminho que me leva a ela.
Aquele homem triste…
Sibila a serpente
Sapos coaxam sem parar
Movimentada mata
Caminha o homem na imprecisa hora
Reagem os inquietos moradores do lugar
Impropriamente o homem continua em frente
Abutres espreitam-no
Que faz alguém em campo que não é seu?
A noite escura o invadiu
Todos os espaços lhe pertencem
E isso é tudo o que ele julga possuir
Nem as feras ousam encarar
Insetos sentem-se atraídos,
Mas não a ponto de satisfazerem sua sede de sangue
O sangue daquelas veias é frio demais
O homem chegou ao fim
Caminha sem temor
Chegou ao limite do medo e da dor
Por isso pode seguir sem receio
Sepultou finalmente o senso de preservação
Resultado da vida,
Sem limites;
Sem desafios;
Sem respostas.
Com o corpo envolvido em trevas
Caminha o homem que desistiu de tudo
D.M
- Por incrível que pareça esse diário contem 74 folhas escritas, e não diz em lugar algum o que quer dizer essa abreviação e não me recordo do porque desse titulo estranho. “D” subentende “diário” “M” só se for de “Meu”, não duvido nada. Já reparei que não sou muito boa para nomeações, mas vamos a prosa...
Sábado tranquilo
Estou em casa sozinha, com gripe e com um pouquinho de preguiça. Não sei dizer se estou de fato com preguiça ou o corpo por estar gripado demais não quer ficar em movimento, seja como for, aproveitava uma e outra (gripe e preguiça), e assistia, concentradamente, TV, e foi assim que fiquei sabendo que, o homem considerado o mais velho do mundo, havia morrido no dia anterior.
A jornalista prosseguia e eu não a acompanhava mais, prestava apenas atenção na fisionomia elegante do homem mais velho do mundo. O que mais me atraia era saber que aquele homem, por ter vivido tanto, conseguira presenciar algumas grandes guerras; participara de nascimentos e mortes; coroações de reis e rainhas, mortes de papas. Será que valera a pena viver tanto? Essa era a minha pergunta.
Olhava atentamente a última imagem que haviam feito dele. Ele aparecia sentado em uma cadeira de rodas, o ombro esquerdo tombado. O rosto era sério e ainda bonito, ele falava alguma coisa. Parei de olhar o porte físico e concentrei-me em suas palavras, mas era tarde demais, não sei o que ele disse. Deve ter sido algo marcante, pois a jornalista concluía a matéria afirmando, que ele vivera até o último dia de sua vida totalmente lúcido.
Valera a pena viver tanto, já que a mente não se apagara com o tempo.
Creio que provinha dai seu porte elegante. Seu rosto inteligente era vivaz, sulcado de marcas, mas conservando um frescor de alguém que raciocina e pensa. Aquele homem vivera muitas vidas em uma só.
Depois de contemplar alguém com o dobro da minha idade, animado, lúcido e com vigor que levou até o ultimo dia de vida, abandonei de vez a preguiça e resolvi ir à luta.
Enquanto estamos vivos é preciso trabalhar e viver intensamente do contrário terá sido perda de tempo e gasto de energia atoa.
Segunda feira
– o casamento foi divino, e isso abrange tudo. Foi perfeito! Daqueles acontecimentos inesquecíveis. Sinto-me tranquila agora, e algumas fotos já estão no facebook, portanto voltemos aos diários, pois quero apresentar um escrito que tem um pouco a aparência de delírio. Adianto que não é delírio, não foi escrito nesse estado, e o assunto é longo…
Coisas Novas
Numa mesma velha casca, em mesmo velho invólucro, mas em odre novo.
Como bom vinho, bom perfume, bom entendedor.
Antiga percepção das coisas, mesmo antigo hábito, mesma correrias, mas em corpos restaurados, em espíritos fortes e resolutos.
Mesmo velho coração, mesmos órgãos, alguns doentes, mas em nova alma.
Sentir os mesmos perfumes, mas aprofundar o sentido do faro, para poder apreciar as fragrâncias em suas raízes.
Amar desesperadamente ainda o mar, as estrelas, o firmamento enfim, mas com novas perspectivas. Tendo convicção de que são atingíveis.
Percorrer montanhas e montes, vales e estradas, mas com passos novos e com um olhar totalmente renovado e harmônico no conjunto da obra.
Sentir a plenitude de estar viva. Saber-se viva! E fazer disso a plenitude do contentamento.
Melhor hora, melhor década, melhor ano é sempre aquele que estamos vivendo.
Sempre é tempo de passar tudo a limpo, até o próprio nascimento.
O tempo é agora! Esta é a hora, ainda dá tempo de consertar um bocado de corações. Pertenço à geração dos que estão vivos.
Coisas novas boas cabem bem em qualquer idade, em qualquer religião, em qualquer comunidade, em qualquer tribo, em qualquer mãe, em qualquer filha, em qualquer amigo...
Se antes eu não me importava, hoje me importo! Amor renovado é amor dobrado! E dobro é sempre melhor que unidade, é uma boa medida transbordante.
Esta é a vantagem de descobrir a liberdade, algumas vezes ela é tão sutil que nem não nos damos conta do bem que nos trás e faz.
Não é preciso asas para voar, asas pesam. Quem voa não precisa de acessório algum, voam naturalmente...
Os que voam o fazem até conversando. Por vezes o falante não nota que o seu ouvinte foi embora. Sem o peso das asas, se voa ao sabor do vento.
Cuidado! Se for vento sul, como temos por aqui, será difícil demais retornar. Ainda mais se o falante for alguém cansativo.
Pessoas renovadas podem ser como um vendaval na vida dos outros. Tiram tudo do lugar, desarranjam os moveis, remexem os papeis, queimam canhotos antigos.
Cartas que antes eram tão importantes, de repente perdem toda a importância.
Pessoas renovadas podem trazer muitos prejuízos, pois elas retiram um a um os véus que cobrem o sossego, ai reside o perigo.
As dividas por vezes ficam tão sossegadamente entre as pessoas, que passam a fazer parte de suas vidas. Tornam-se tão íntimas que sentam a mesa na hora das refeições. Algumas são tão antigas e permanentes que dormem e acordam com a gente e nem bom dia mais dá, de tão íntima...
As pessoas renovadas puxam-nas e as confrontam. E decidem saldá-las uma a uma.
Parecerá a primeira vista que a nova criatura enlouqueceu, pois ela paga as dívidas mais antigas. As que já faziam parte da família, aquela que todos se habituaram.
E renovação financeira se dá com o pagamento das mais antigas dividas.
Quando uma única pessoa resolve renovar sua vida, ela renova milhares de vidas. Na verdade somos “como” atrelados a outras pessoas, e que bom que é assim, pois quando nos renovamos, eles se renovam também. Automaticamente, ou porque eu passei a ter um olhar renovado sobre eles, não importa, quando eu mudo, ele/ela mudam!
Uma única pessoa disposta a mudar tudo dentro de si, pode mudar o mundo ao seu redor.
Somente revolucionários são capazes de renovar o mundo.
Imagine canalizar toda essa energia positiva renovada, em função do bem... Uau; seria bem demais, ops, bom demais!
“Antes de começar o trabalho de mudar o mundo, dê três voltas dentro de sua casa.”
(Provérbio Chinês)
Síndrome da Mãe da Noiva
Pronto achei “Novidades”, esse deve estar tão desatualizado, já que estava bem escondido. De novidades só o nome. Mas ele foi escrito em novidade de alma. Isso faz uma diferença.
Para que ele não se torne assim tão sem nada novo, vou registrar em primeiríssima mão; ao menos no blog, que minha filha se casa sábado na Igreja do Carmo, em Coqueiros.
Estou transbordando de alegria e como “mãe da noiva”, eu não aparecerei amanhã, talvez nem domingo, (ainda não sei quanto a domingo), mas sábado com certeza, pois estarei cumprindo o solene papel de mãe da noiva. E não me digam que isso não é muito legal, pois só quem já foi mãe de noiva, sabe o quanto isso é legal.
Minha amiga Leda quase teve um piripaqui uma semana antes de desempenhar esse papel. Foi preciso que uma amiga em comum, a Eliza saísse daqui e fosse socorrê-la. Como essa minha amiga tem alguns piripaques, porque ela é muito chique, e a Eliza socorre mesmo quem precisa, não dei tanta importância ao fato, mas quero me redimir com minha amiga e dizer-lhe: ser mãe da noiva é muito incrível mesmo!
Afinal de contas nossas meninas compartilham com Deus e com as pessoas presentes, que encontraram o amor. Que os dois se amam tanto a ponto de desejarem que se registre no céu. Vi o quanto nos sentimos orgulhosas, por tê-las criado com tanta nobreza, a ponto de desejarem partilhar com os outros quando amam.
Nossas meninas quando casam mostram o quanto são corajosas.
Os noivos, e os pais dos noivos, acreditam que Deus liga no céu o que o sacerdote liga na terra. E por isso escolhemos a bela Paroquia de Nossa Senhora para esse magnifico momento. Porque eu sei que é amor...
Acho tão misterioso, maravilhoso, forte e profundo o momento em que um casal diz SIM!
E foi assim que me tornei mãe de noiva, feliz, mas um bocadinho ansiosa. Ser mãe de noiva é uma responsabilidade e tanto! Ainda mais que nos vemos em seu lugar.
“Escritos do caderno”
Como o nome bobinho sugere, esse diário foi criado apenas para digitalizar os escritos que se avolumavam em cadernos.
Cinco ou mais cadernos completos, e mais folhas soltas. Resultado de um tempo em que fiquei sem note book.
Acontece que depois que a gente escreve, não existe essa história de passar a limpo. Tentei dar continuidade, mas preciso neutralidade nessa hora, eu não consegui copiar e não corrigir ao mesmo tempo.
Quando ficou difícil manter a guarda quanto a linha do tempo, resolvi parar. A partir de agora vou aproveitar e colar esse ao amontoados de coisas, parece-me o lugar ideal.
22/12/2008
Olhava álbuns de fotografias, onde meus filhos pequenos me sorriam. Há muitas fotos deles e poucas minhas. Invariavelmente era eu quem os fotografava. Cada álbum conta uma história diferente. São muitas, e vão do nascimento ao advento das fotos digitalizadas. Encontro-me algumas vezes inserida aqui e ali, e mesmo assim é como se eu continuasse por trás da máquina. Já que sei cada rosto, cada expressão e alguns motivos. A vida é basicamente feita de sonhos, se a gente não bater fotos nesse interim, esquece até que viveu. E pensará mais tarde que sonhou. Assim são os registros por escrito, eles também cumprem a missão de avisar que estamos vivos e acordados. Os demais momentos que passam sem registro, são apenas sonhos picados e mal dormidos. Entrecortados e ilógicos. Ainda continuo sonhando coisas boas para todos nós. E as fotos dos meus filhos me sorriem, mesmo as digitalizadas. Outra hora eu quero escrever a respeito do sorriso deles, por agora vou parar, estou em preparativos...
E veio a noite... Clara e quente
E veio a manhã... Aberta em sol
E veio à tarde... Extasiada da claridade quente do sol da manhã.
Ainda Enumerando…
O nome deveu-se aos algarismos romanos correspondentes à ordem de entrada dos assuntos, mais nada...
Procurei manter a prosa das mais variadas. Pertence a classe dos diários, que além da função de ouvinte, tem direito e obrigação de opinar.
Inclusos assuntos variados tais como, programas de televisão, copa do mundo, saídas e entradas de novos anos, por essa razão preciso de interação.
LVIII – Domingo de Carnaval – sinto-me inspirada…
Desconfio que a senhora inspiração esteja circulando por todas as avenidas da arte.
Se eu tocasse diversos instrumentos, hoje seria o dia ideal para formar minha orquestra uma musicista só tocando todos os instrumentos. Uau!
Se eu fosse pintora, haveria agora uma variedade de tonalidades de tintas na palheta, e as utilizaria nas diversas telas em branco espalhadas a frente. Poxa!
Se eu fosse atriz, estaria pantominando.
Se eu fosse escultora haveria bustos em cera, bronze, madeira todos sendo cinzelados ao mesmo tempo.
Se eu fosse bailarina aproveitaria para realizar melhores saltos, e dançaria muito e tanto, a ponto de esquecer a ausência das asas.
Se eu fosse cantora, seria o dia ideal para gravar meu DVD sem erro e de uma vez só.
E se eu fosse escritora, hoje aproveitaria para terminar todos os livros começados. Como sou apenas aprendiz, termino esse escrito e vou descansar, a arte me consumiu hoje.
“Enumerado”
Dando continuidade, pois tenho ainda muitos outros diários para apresentar...
III - A pior tristeza é a de não nos divertimos mais conosco.
Pela lógica da criança, (somente elas são coerentes), se deve rir de qualquer coisa, de qualquer susto; de qualquer nariz vermelho; de qualquer cachorro se coçando com as patas traseiras...
A alegria infantil é a mais dançante, a mais mágica, a mais divertida.
Quando uma criança ri seu ingênuo e imaculado sorriso, uma parte do céu se abre, e muitos anjos descem para as contemplar .
Momento propício para mandar recadinhos lá para cima.
Aproveito para enviar muitos beijos e dizer que sinto saudades...
“Mais Corações”
A característica dos escritos desse diário, é a busca por modelos de seres humanos que se entregaram de corpo e alma a arte de escrever.
Anseio encontrar a estrada que eles palmilharam.
(Cora Coralina).
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”
Ela tinha toda razão: eu seria imensamente feliz se já tivesse aprendido o que arduamente tenho tentado ensinar.
Ter o remédio nas mãos não é garantia alguma de cura!
(Teilhard de Chardin)
“Você não é um ser humano que está passando por uma experiência espiritual. Você é um ser espiritual, que está vivenciando uma experiência humana”.
Desde que meus olhos leram essa máxima passei a viver diferentemente. Essas palavras revolucionaram meu interior. Pois meditei assim: - e se acaso foi assim que aconteceu?
Isso bastou para que eu tentasse visualizar, como foi que tudo se passou... A descrição abaixo é o resultado…
Um dia eu passeava pelos jardins celestiais em companhia de Deus, conversávamos enquanto Ele passava tudo em revista, olhava os procedimentos dos homens na terra. Eu nem olhava nada, estava encantada em olhar para seu rosto. Ele chamou minha atenção para algumas cenas que se desenrolavam. A contragosto tirei meus olhos do seu perfil e olhei o que Ele apontava.
Pessoas riam, parecendo-me tão felizes quanto eu. E Ele mostrou-me do outro lado, como se separados por uma fina cerca, de fios finos e frágeis, pessoas chorando e amaldiçoando a própria vida.
Num vaivém interminável, pessoas surgiam e desapareciam, dando lugar a outros rostos, outras famílias. O mais estranho é que seus rostos me eram familiares.
Eu não sabia seus nomes, nem onde as tinha visto. Não me recordava de já ter saído algum dia do paraíso.
De repente Ele interrompeu meus pensamentos e falou, sem chove e nem molha. Pois me esqueci de dizer, eu era íntima Dele, por isso mesmo Ele falava sem precisar usar de cerimonias comigo, e disse:
- preciso que vás lá para baixo e encontre cada uma dessas pessoas que estais vendo daqui de cima. Olhe bem suas faces para que não esqueças.
Quero que as encontre uma a uma. Guarde suas fisionomias, alguma característica, pois terás que as reconhecer depois.
Daí Ele separou um grupo bem grande e disse:
- cuide de cada uma como se cuidasse de você mesma. Redobre o cuidado para não criares mais problemas aos que elas já possuem. Vá e me ajude, ajudando-as! Dou-lhe a mesma liberdade que dei a elas, portanto dou-lhe o livre arbítrio e o que fizeres lá, será feito aqui.
Senti-me feliz por ter sido escolhida para uma missão tão importante. E disse-lhe: - farei conforme a Vossa Vontade.
Ele abençoou-me e começou a me instruir, depois me avisou que assim que eu descesse, esqueceria completamente nossa conversa, mas completou... “soprarei sobre ti Meu Espírito e Ele te instruíra a respeito de tudo”. E ali mesmo ele me deu o primeiro sopro do Espirito e eu nasci.
Durante anos e anos senti no coração o que devia, e o que não devia fazer, eram os tempos da inocência. E eu não me esquecera de onde eu viera e para onde gostaria de voltar. E fui crescendo e aos poucos me afastando da inocência.
E não durei muito tempo, eu e o mundo nos tornamos um só em pouco tempo. E eu ansiava por tudo o que ele tinha para me oferecer.
Envolvi-me inteiramente com ele. Aos poucos fui perdendo minha audição. E não durou muito e eu já não enxergava mais tão bem, nem com óculos.
Minha carne tomou ascendência sobre o meu espírito. Quanto mais eu experimentava o sabor do mundo, mais e mais esquecia a promessa.
O tempo levou o meu senso de responsabilidade, e assim fui falhando com a minha missão. Estava já entristecendo as pessoas que jurara a Deus fazer sorrir.
Havia tanta urgência da minha parte em encher os celeiros, que eu deixara as pessoas de lado, e ficara totalmente concentrada em atividades febricitantes.
Fui desperdiçando os anos que me foram conferidos. Fazendo algumas pequenas tarefas; quando me dava ao luxo de ouvir. Outras vezes sei que foi preciso o envio de mais anjos para que pudessem me ajudar a consertar a bagunça que eu causava.
Foi preciso enviar outros para me resgatarem…
Eu me perdera, por sorte eles exerceram bem seu trabalho, e através deles descobri novamente que eu vim para uma determinada missão. Acabei até recordando a conversa que tive um dia naquele jardim.
Que bom que lembrei, vou correr. Sei que ainda dá tempo de ser anjo na vida de alguém.
Agora consigo entender uma porção de coisas que não entendia antes…
Diário “Amontoados de coisas”
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About Me
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