domingo, maio 01, 2011

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Meninas eu não resisti; (tive que publicar na íntegra), espero que voces tambem não resistam e leiam até o fim. Insisto em  rogar que terminem as leitura, por observar uma tremenda falta de concentração nos novos leitores.  A razão: excesso de informações.


 
                     Creiam-me, esse poema vale toda vogal e consoante nele contido.




quinta-feira, 28 de abril de 2011  Canteiro de sol


Eu sei que muitas vezes tu te ocultas atrás do sereno de tuas lágrimas para que a própria noite não revele tuas incertezas ao dia que vai nascer.

Eu sei que te envolves em teu próprio corpo e cinzelas a tua própria estátua de solidão na penumbra opaca de tuas ansiedades.

Eu sei que não te acordas quando imerges no teu mais profundo sono de não mais acreditar em tudo aquilo que te despertaria para a felicidade.

Eu sei que tu sabes que todos têm as suas angústias, e nem assim te absolves das penitências que aplicas ao teu próprio coração.

Eu sei que tu vagas nas entranhas das impaciências humanas, enquanto poderias planar nos arremessos das coragens ocultas do teu ser.

Eu sei que tu teimas contigo diante de todos os testemunhos que murmuram nas verdades do teu íntimo.

Eu sei que te perdes mais do que te encontras, com medo de tudo aquilo que imaginas não mais haver dentro de ti.

Sim, eu sei das tuas dores e vim te envolver em meus braços. E se quiseres chorar, chora o quanto teu poço ainda tem dessa água amarga.

Sim, eu sei das tuas debilidades e vim te cobrir com a lã do meu amor; e se quiseres dormir, dorme em mim todos os sonos que ainda cobrem teus olhos.

E não te dês às explicações diante dos meus braços, pois bem sei o quanto é frágil a expectativa humana sem o amparo do espírito.

Portanto, agasalha-te agora com os fios prateados da madrugada, e se quiseres acolher-te ainda mais, aninha-te no abraço que te trago das estrelas.

Contudo, ao acordares, ergue-te com a dignidade dos justos e segue com a solenidade dos determinados. Planta teu passo no caminho, como quem planta sementes de sol.

E eu continuarei aqui, te olhando desenhar horizontes, recortar mantas de noites claras, sorver taças de sereno, sorrir para o sorriso de um novo dia e entregar-te à mansidão das certezas.

Tu podes, antes de adormecer em mim, indagar-me porque vim até a ti. E eu te responderei que vim do meu olhar, apenas isto. Uma vez que em meus olhos trago a lágrima de todos os olhares perdidos.

Sim, eu vim do meu olhar. Porque ele está sobre todos aqueles que, mesmo com suas debilidades e medos, ainda crêem no meu retorno à humanidade.

Agora vem. Descansa aqui junto a mim...

© Copyright 2011 - Carlos Morandi - Fundação Biblioteca Nacional





1 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia, Monaelisa e Alyeska. Venho agradecer a vocês pela publicação do meu texto acima, bem como pelo elegio que a ele fizeram. Aceitem meu respeito e meus agradecimentos,
CARLOS MORANDI

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Mulheres em Trânsito
Sou alguem que aprendeu enfim a penetrar na profundidade do meu eu. Tenho descoberto diversos tesouros escondidos Coisas que quis ser e não fui. Como ainda respiro, provando estar viva, vou ser o que quero ser. Não sei se isso explica quem sou eu. Pois nem que eu usasse os 1200 caracteres permitidos, conseguiria dizer quem sou eu. Sou criança ainda estou aprendendo.
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