terça-feira, fevereiro 16, 2010

Teus Sinais

Canta Djavan; gosto muito da música “Teus sinais” e reflito: Será que observei todos os sinais do meu parceiro de jornada, aquele que come e dorme comigo! Os sinais observados são os que eu sinalizei ou foram reais? Alguns sinais deixados por nossos maridos são pedidos de ajuda! E o que fazer quando sou eu quem mais precisa de ajuda?

Fiz uma viagem nas profundezas de mim e não gostei do que vi. Havia ainda, depois de tanto tempo, dor, angustias, solidões sem fim. A estrada era escura e senti medo, tenho medo igual às criancinhas por escuro. Lembrei-me de que já era adulta e que estava na hora de enfrentar meus medos. Penetrei mais profundamente naquele breu. Como quem penetrava na escuridão era eu “a adulta”, caminhei sem receio. Afinal de contas também a viagem era imaginária e para dentro de mim. Que mal poderia haver, ou fazerem-me... Mesmo assim acendi uma lanterna. Não adiantaria andar sem direção e sem visão. Foi daí que eu contemplei os sinais que meu corpo me enviava. Se dentro de mim estava aquela escuridão, imagine fora?

Não vou dizer que imediatamente mudei toda a minha trajetória de vida. Quem dera fosse fácil assim! Se fosse fácil, eu não teria chegado aos cinqüenta e três, com medo de quartos escuros! Vou tentar, como venho fazendo arduamente, enquanto procuro encontrar onde foi parar a mulher livre. Que corria de saltos altos, que amava se pintar e que gostava de ouro? Sei que ela não morreu, está apenas sufocada, por quilos de comidas e objetos estranhos tais como: bonecas de pano, congelados, calças de moletons, presentes e decorações e mais um montão de cacarecos, mas ela vive. Questão de respirar com cuidado, recobrar as forças e ir erguendo e jogando fora os badulaques que me sufocam.

Teus sinais, a música, acabou há algum tempo, e os do meu companheiro também.

1 comentários:

Alyeska disse...

e ai fedidas.. hehehe
adorei o texto, me identifiquei bastante sobre a parte da escuridão interior, me sinto assim ultimamente...
Houve um tempo em que eu era um céu estrelado, com direito a lua cheia e estrelas cadentes, e hoje me sinto mais aquele céu nublado a noite, onde poucas estrelas brilham, as nuvens dificilmente deixam-nos ver a lua, e de estrela cadente só tem o halley, aquele que passa a cada 86 anos... seria comico se nao fosse trágico! Obrigada por ser hoje uma das estrelas mais brilhantes do meu céu...
Beijos, te amo
fedidinha

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Mulheres em Trânsito
Sou alguem que aprendeu enfim a penetrar na profundidade do meu eu. Tenho descoberto diversos tesouros escondidos Coisas que quis ser e não fui. Como ainda respiro, provando estar viva, vou ser o que quero ser. Não sei se isso explica quem sou eu. Pois nem que eu usasse os 1200 caracteres permitidos, conseguiria dizer quem sou eu. Sou criança ainda estou aprendendo.
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